Honda CR-V
H de Honda… e de Híbrido
Se estás à procura de um SUV grande, de 5 a 7 lugares, com boa capacidade de carga e espaço mais que suficiente, a vida já esteve mais fácil. E difícil, ao mesmo tempo. É que, antigamente, a solução era, quase sempre, uma monovolume e só há dois tipo de pessoas que gostam de monovolumes: pessoas que ficaram presas na década de 90 ou pessoas que consideram xailes na cabeça algo elegante. Se não és nenhum deste tipo de pessoas, excelente. Se és, antes de mais, lamento, e, em seguida, bem vindo ao século XXI. Caso não tenhas dado conta, o que a malta actualmente mais procura são SUV. E quanto maiores, melhor! Vá-se lá saber porquê. Ainda assim, eu até acho que faz algum sentido haver SUVs grandes. Se tens uma família grande, se é costume transportares muitas pessoas ou bagagem, então é normal que queiras um destes mamutes das estradas. Eu, pessoalmente, gosto de os ver, mas nunca seria capaz de comprar um. Acho que são compras que, se tiveres necessidade de as fazer, têm de ser muito sensatas e tendem a ser inteligentes e pensadas. Adjectivos que em nada me caracterizam. Se algum dia tiver filhos, é bom que caibam na bagageira de um Alpine ou na chapeleira de um Supra. Apertem-se, abracem-se, não quero saber. Mas se forem sensatos, lá está, vão procurar algo dentro do estilo deste Honda CR-V.
Já cá anda há alguns aninhos, é certo, mas este novo modelo não só está mais moderno ao nível do motor, design e interiores, como me agradou bastante. Mesmo! Tem muito espaço no interior – se tivesse mais um cinto atrás, cabiam lá 4 pessoas na boa – boa bagageira e até que não é assim tão grande por fora. Não é que engane visualmente, atenção. Aproveitaram bem a “carcaça” do carro e isso até nem comprometeu a qualidade de insonorização ou conforto. Não é um carro de luxo, é certo, mas também não compromete. Os materiais têm qualidade, a construção é boa, o som é aceitável e no sistema de infoentretenimento tiveram a melhor ideia de sempre: corrigir a pior ideia de sempre. Já não é preciso clicar no ecrã múltiplas vezes ou arrastar o dedo para controlar o volume. Há, agora, um botão todo jeitoso para o fazer. Obrigado, Honda!
A posição de condução é boa e quase instantânea, bem ao estilo Honda, e o volante tem uma espessura boa.
No departamento do motor, há duas opções: um 1.5 a gasolina, turbo, com caixa manual ao CVT, de 170 ou 197 cavalos, respectivamente, e um híbrido de 2 litros com caixa CVT e uma potência combinada de 215 cavalos, sendo que o motor elétrico é mais potente que o de combustão e permite andar em modo elétrico durante alguma distância, o que ajuda nos consumos em cidade. Pelo menos eu saí algumas vezes aqui no bairro e andei quase o tempo todo em modo elétrico. De vez em quando lá vinha o térmico dar uma ajuda ou carregar as baterias, mas com uma condução suave e inteligente – esforcei-me ao máximo, acreditem – conseguimos um ótimo consumo ligeiramente acima dos 6 litros. Fora de cidade, se não andarmos a velocidades muito altas, conseguimos baixar facilmente dos 6, o que para um carro com mais de 1600 quilos não está mal.
O que mais me agradou foi notar a evolução do sistema híbrido. Agora já se pode afirmar que ajuda. Tive um Civic Híbrido há uns anos arás e o que se percebia era que o motor elétrico era mais uma palmadinha nas costas do que um efectivo ajudar. Era mais motivador do que outra coisa. “Isso campeão, força!”. Agora já ajuda. Empurra ali com vigor, apesar de se cansar rápido, mas isso é compreensível. A intenção é ajudar e não carregar.
Resumindo, é um ótimo carro, com um ótimo preço para quem quer fazer uma compra inteligente e sentir que foi bem servido. A Honda é bastante boa no departamento do saber servir.