Hyundai i10 N-Line: só lhe falta o boné para trás
Se ser rebelde é viver a vida segundo as suas próprias regras, então o Hyundai i10 N-Line é tal e qual. Não liga aos outros e só quer ajudar-nos a curtir.
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Começo por dizer que gosto de carros pequenos. Se não precisares de transportar uma palete de tijolos ou uma máquina de lavar a loiça, qualquer carro citadino ou compacto serve para 90% das tuas necessidades. Se queres testar se o carro que estás a pensar comprar tem espaço suficiente, compra um leitão assado e coloca-o disposto de várias maneiras no carro. Bagageira, banco de trás, lugar do condutor, etc. Atenção que este método não é, de todo, científico, mas assim sempre ficas com um leitão assado que terás de comer, o que é positivo. Chamas os amigos e faz-se uma festa.
Naturalmente, os outros 10% que faltam são os que quase sempre determinam o carro que compramos. “Ah, porque um dia vou precisar de espaço para as crianças”. “Porque um dia vou levar muita bagagem”. “Porque um dia vou querer ir ao IKEA e preciso de trazer muitas almôndegas”. Enfim, já todos passámos por isso. A verdade é que, ao comprar carros maiores, estamos a perder uma boa parte da experiência de condução: a de conduzir um carro pequeno.
E conduzir um carro pequeno tem a vantagem de ser sempre fixe, independentemente do motor ou capacidade dinâmica do carro. Parece sempre que vamos rápido, são super ágeis e, no fim do dia, por serem mais leves, consomem, à partida, menos combustível. Especialmente se tiverem um motor pequeno, como este Hyundai i10 N-Line. O consumo neste ensaio andou entre os 5,5 e o 6,5 litros aos 100 km.
N…Line?
Como o nome indica, este i10 não é um puro N. Tem uma estética um pouco mais interessante que o normal, o interior tem o volante do N – muito bom – e a manete da caixa de velocidades também. E, depois, tem um motor de 3 cilindros, 1 litro, turbo, com 100 cavalos e 172 Nm de binário. Nada mau para um citadino. Para ser um verdadeiro N, teria de receber um pouco mais de atenção no chassis e o motor teria de ir para uns 150 cavalos. Já estou a imaginar a maravilha que seria. Se este como está já é fixe!
Mas não é por não ser um N que deixa de ser divertido. Podia ser o i10 normal que também o seria. É ágil em cidade. Conduz-se super bem. Por ser pequeno cabe em qualquer lado e nunca estamos preocupados com as suas imediações. É claro que não tem as vantagens de um carro maior, familiar compacto ou SUV, mas para o dia-a-dia é óptimo.
Continua com um bom bater de porta – o teste máximo à competência qualitativa de qualquer carro – porque, depois do design, é a próxima impressão que temos do carro. O abrir e fechar a porta. Pode ser um carro espectacular, mas se depois tem um bater de porta meio “chapa com chapa” e não transmite uma sensação de hermeticidade a coisa parece que fica assim meio “meh”.
Não me vou focar muito no comportamento dinâmico. O carro anda bem, se acelerarmos ele ganha andamento, faz o barulho característico do 3 cilindros, mas facilmente conseguimos andar rápido. A curvar, apesar das jantes bonitas, nota-se que não é um N, daí o “Line”. Curva de forma normal, sem nenhum apelo desportivo, mas isso parece que adiciona ao seu charme. Consegue divertir-nos sem ser preciso ir demasiado “longe”. Só por isso já merecia o símbolo N.
Preço e assim
O Hyundai i10 custa a partir de 13 mil euros. Para esta versão N-Line é necessário ir até aos 15.430€. Apesar de pequeno, o i10 traz bastante. Sistema de segurança como a travagem de emergência autónoma e o alerta de fadiga, um ecrã touch de 8 polegadas com um bom sistema de infoentretenimento, integração com smartphone, ficando apenas a faltar a câmara traseira. Não é um grande problema, porque como o carro é pequeno, controlam-se bem as distâncias, mas dava jeito. Ainda assim, por pouco mais de 15 mil euros, é um carro com um design muito fixe, um motor capaz de divertir e de bons consumos se andarmos com calma e que consegue transportar, na boa, um leitão assado.