WRC 1997-2021: A Era #4 do Mundial de Ralis
No alto dos seus 48 anos, o Campeonato do Mundo de Ralis – ultimamente vulgo “WRC” – pode dizer-se, grosso modo, que se divide em 4 Eras bastante distintas: Era #1 – Criação, nascida em 1973, com os modelos de competição divididos por Grupos (1 a 4); Era #2 – Evolução, com o surgimento dos Grupo B (e coadjuvantes Grupos A e N) em 1982, extinguindo-se no final de 1986, fruto das condicionantes decorrentes do imenso salto mecânico sem o devido follow-up em termos de segurança; Era #3 – Renovação, fase em que Grupos A (e também N) tiveram de assumir uma maior expressão; e Era #4 – WRC, que desde 1997 partilha, curiosamente essas mesmas 3 letrinhas do campeonato que lhe dá corpo. É sobre esta temática que a Garagem se irá debruçar numa série de artigos dedicados ao Mundial de Ralis, num ano em que essa mesma categoria faz a sua despedida dos palcos do WRC… um quarto de século depois da sua estreia!
Longe vão os tempos em que o Campeonato do Mundo de Ralis era assim referido ou, muito simplesmente, como “Mundial de Ralis”, até que se chegou a 1997 e se alterou a nomenclatura para “WRC”, para gáudio dos marketeers que pretenderam dar um cunho mais comercial à disciplina maior do desporto automóvel de estrada. Ao mesmo tempo nascia uma categoria de viaturas com essa mesma conjugação de 3 letras, passando a integrar a crème de la crème dos ralis, com diversos construtores envolvidos, em temporadas distintas, com modelos que representavam um salto tecnológico de evolução face ao anterior e bem mais pacato Grupo A, soluções que, em parte, transitariam para os veículos do nosso quotidiano.
À data de hoje, sem que vá surgir mais qualquer nova criação, são 24 as viaturas homologadas na categoria “WRC” e que, ao longo destes 25 anos – de 1997 a 2021 – fizeram (ainda fazem) as delícias dos fervorosos fãs dos ralis, nomeadamente nas últimas 5 épocas. Visualmente, os mais recentes exemplares, nascidos da homologação “WRC” mais recente, trazem à memória de um público menos jovem os outrora monstros do Grupo B, se bem que agora exibindo um incremento significativo em termos de tecnologias e, principalmente, no domínio da segurança.
O “WRC” como categoria de homologação surgiu, assim, há um quarto de século, no Rallye Monte-Carlo de 1997, a prova que nos habituámos a ver inaugurar a maioria dos Mundiais de Ralis (sim, houve anos de excepção, em que tal não sucedeu). Nessa edição apresentaram-se dois construtores com outros tantos modelos com essa denominação: a Ford, com dois Escort WRC, e a Subaru, com outros tantos Impreza WRC, frente a uma Mitsubishi que, nesse ano (e nas épocas seguintes) se manteria fiel ao Lancer Evolution de Grupo A, à altura na sua 4ª geração.
A partir daqui nada foi igual e até ao presente ano, ascendem a 12 os construtores – Citroën, Ford, Hyundai, MINI, Mitsubishi, Peugeot, SEAT, Skoda, Subaru, Suzuki, Toyota e Volkswagen – que, em espaços temporais diferentes, se envolveram nesta Era #4 do WRC, desenvolvendo duas dúzias de propostas, muitas com diferentes evoluções, nomeadamente as duas regulamentares de 2011 e em 2017 que, entre outras incidências, abrangeram elementos mecânicos, aerodinâmicas e de segurança. E só não foram 25 carros porque um dos projectos morreu antes de ver a luz em provas oficiais…
Hoje, como os mais atentos à temática saberão, são apenas 3 os construtores envolvidos no WRC com carros “WRC”: Ford (via M-Sport), Hyundai e Toyota, com os modelos Fiesta, i20 Coupe e Yaris, respectivamente.
Mas sabe ou recorda-se quais são os restantes 21 exemplares com a cunhagem “WRC” na sua denominação? Vamos trazer-lhos na próxima edição deste Dossier “WRC – 1997/2021”, reservado aos 25 anos da categoria “WRC” do Mundial de Ralis… ou do WRC, como preferirem!
Fotos: Oficiais