BYD Sealion 7: a conversa agora é outra
Quando pensamos em BYD, automaticamente pensamos em bons carros eléctricos a bons preços. Mas o caso já não é bem assim. Mantém-se o bons carros mas o preço já não é factor diferenciador. Agora a concorrência passa por outras coisas.
Primeiras impressões
As primeiras impressões deste BYD Sealion 7 são muito boas. O design SUV coupé elegante de linhas fluídas é impactante e deixa muita concorrência a muitos quilómetros de distância. Esta poderá, muito bem, ser a principal caraterística dos BYD em relação à concorrência. O design exterior foi muito bem estudado. O Sealion 7 é distinto, elegante, com boas proporções e fica bem no panorama automobilístico actual. Tirando um ou dois detalhes que não são muito para o meu gosto, o carro está, na minha opinião, muito bonito. O mesmo no interior. Deixaram de parte aquela abundância de botões físicos e, agora, quase tudo passa a ser controlado no ecrã central. O interior tem uma sensação visual e física muito premium. Para o preço que tem – 56.500€ na versão Excellence ensaiada e 47.000€ para a versão Confort – fica, mais uma vez, alguns lugares à frente de muita concorrência.


Mas nem tudo é perfeito. E, para mim, há duas coisas que pesam muito num carro (faço a ressalva de que, provavelmente, serão coisas irrelevantes para a maioria dos condutores e compradores do BYD Sealion 7): posição de condução e rolar do carro. Uma crítica que já fiz anteriormente a outros modelos da marca e que, por razões que desconheço, ninguém nos departamentos de desenvolvimentos da marca teve em conta. Assim não dá!
A distinção já não é feita pelo preço, pois a BYD está ao nível da concorrência nesse aspecto, mas destaca-se pela quantidade de equipamento de série, pela qualidade geral e óptima conjunto motorização/bateria. É uma alternativa muito boa face a propostas mais caras e concorre muitíssimo bem com os carros dentro da gama de preço.
Não é o fim do mundo, é certo, mas eu gosto de estar mais em baixo e ter um volante mais vertical. A posição ideal para o Sealion 7 é como eu costumo chamar, algo “camionista”. Alta e de costas muito direitas, pois é a única maneira do volante parecer natural na mãos, dada a sua inclinação. O rolar do carro também é um pouco “clássico” demais para mim, com um balançar excessivo cuja recuperação até à posição neutra é algo demorada. Isto é bom para o conforto e para quem gosta desta sensação; eu prefiro algo mais plantado.


Segundas impressões
Quanto à vida a bordo, é muito positiva. O ambiente é muito relaxante, amplo, arejado, iluminado, tudo coisas que beneficiam o conforto e uma experiência positiva. Os materiais são de qualidade e a construção igual, tendo, apenas, um reparo para a qualidade de som que, apesar de ser, no papel, muito boa, com 12 colunas e sistema de som Dynaudio, na prática parece-me deixar algo a desejar. A interface do sistema de infoentretenimento é muito simples e relativamente intuitiva, havendo, apenas, uma nota negativa para a impossibilidade de alternar as estações de rádio apenas entre as favoritas. No entanto, é algo que se corrige facilmente com uma actualização de software.
Ao nível mecânico, o veredito é, também, muito positivo. Não só esta versão Excellence tem 502 quilómetros de autonomia anunciados com a sua bateria de 91,3 kWh, como tem 390 kW de potência (530 cavalos) e tração integral. A velocidade máxima é de 215 km/h e o sprint de 0 a 100 km/h demora 4,5 segundos. Segundo o que testámos, numa condução despreocupada na sua maioria em cidade, com algum trânsito e um pouco de autoestrada, o consumo final andou sempre em torno dos 20 kWh/100 km. Não é um consumo incrível, mas não está assim tão alto tendo em conta o peso e a potência. Pode ser melhor? Pode, mas tem de se andar com alguma preocupação nesse sentido.


Ao nível do carregamento, ambas as versões têm um carregador interno de 11 kW para corrente alternada e em corrente contínua consegue até 230 kW na versão Excellente, o que permite ir do 10 aos 80% em pouco mais de 24 minutos. Mais do que suficiente para aproveitar uma pausa na viagem, carregar as baterias e relaxarmos um pouco. Para ajudar na autonomia, o carro tem sistema de bomba de calor para o arrefecimento do habitáculo. Ainda falando de equipamento, dispõe de head-up display, teto panorâmico com cortina, bancos em pele, eléctricos com memória, aquecidos e refrigerados e bastante espaço de arrumação, com uma bagageira capaz de transportar a maioria dos objectos do dia-a-dia.
A distinção já não é feita pelo preço, pois a BYD está ao nível da concorrência nesse aspecto, mas destaca-se pela quantidade de equipamento de série, pela qualidade geral e óptimo conjunto motorização/bateria. É uma alternativa muito boa face a propostas mais caras e concorre muitíssimo bem com os carros dentro da gama de preço.