Teste de consumo Bi-Fuel: mais de 1000 km no Mitsubishi ASX
As motorizações Bi-Fuel, a gasolina e a GPL, são cada vez mais uma opção válida para muitos condutores. Marcas como a Dacia, integrada no Grupo Renault, têm vindo a reforçar a sua aposta na tecnologia disponibilizando-a num cada vez maior número de modelos, abrangendo, assim, mais segmentos do mercado. Numa das suas mais recentes evoluções, a tecnologia de propulsão Bi-Fuel passou inclusivamente a ser “eletrificada”, disponibilizada em associação a um sistema mild hybrid no novo SUV Bigster.



A mais recente geração do Mitsubishi ASX, modelo que, como se sabe, é construído com base no Renault Captur, é outro dos modelos que pode estar equipado com uma motorização Bi-Fuel, 1.0 litros com 100 cavalos de potência, explorada por uma caixa manual de seis velocidades. Depois de a ter colocado à prova numa viagem Lisboa-Algarve-Lisboa a bordo de um Clio, cujas conclusões podes encontrar aqui, lancei-me agora num teste mais exigente e prolongado, apontando agora a Norte, num ASX Bi-Fuel.
A ideia
O plano para os dois dias de viagem previa uma paragem para almoço na cidade mais alta de Portugal, a sempre acolhedora Guarda, dormida em Mirandela e um segundo dia com passagem pelo Gerês para depois regressar a Lisboa. No total, foram percorridos mais de 1000 quilómetros, com consumos de combustível distribuídos da seguinte forma: os primeiros 480 quilómetros foram feitos com recurso a GPL, ligando Lisboa a Abrantes sempre por estrada nacional, com a A23 a servir depois de ligação à Guarda. Segui viagem por estradas nacionais e municipais e a apenas 25 quilómetros de Mirandela, o motor de três cilindros trocou automaticamente a alimentação de GPL por gasolina. O ar condicionado esteve ao serviço durante cerca de um terço do percurso e o computador de bordo mostrou uma média de consumo de GPL de 8,3 lt/100 km.



Já em Mirandela, abasteci o depósito de GPL – 33 litros por cerca de 30 euros – mas mantive o ASX a “beber” sem chumbo 95 durante mais uns 200 quilómetros pelo segundo dia dentro. Na paragem para almoço em Póvoa do Lanhoso, o consumo médio de gasolina registado era de 5,8 lt/100 km. Para os cerca de 370 quilómetros da viagem de regresso a casa, voltei a recorrer em exclusivo ao GPL, chegando a Lisboa com uma média igual à do primeiro dia de viagem, 8,3 lt/100 km.
As contas
À data da publicação deste artigo, no posto de abastecimento mais perto da minha residência que disponibiliza GPL, este tem um custo de 0,874 euros/lt e a gasolina simples 95 custa 1,769 euros/lt. Assim, nesta viagem, considerando estes preços, terei gastado qualquer coisa como 21,60 euros de gasolina e 61,70 euros de GPL, um custo total de 83,30 euros.
É certo que a utilização pontual do ar condicionado, bem como as diferentes condições de trânsito encontradas e topografia variável do terreno não permitem um cálculo exato do custo total da viagem se tivesse sido consumido, em exclusivo, o GPL Auto ou a gasolina sem chumbo.


Mas permitam-me o exercício, considerando que, se o “meu” ASX não fosse Bi-fuel, consumiria, pelo menos, menos 1 lt/100 km de gasolina do que o registado no mesmo percurso em GPL e mais 1 lt/100 km de GPL no percurso em que “bebeu” gasolina. Nestas condições, o custo total da gasolina para percorrer a mesma distância seria 21,60 euros mais 109,80 euros, um total de 131,40 euros.
Da mesma forma, se tivesse optado por fazer a viagem toda recorrendo, em exclusivo, ao GPL Auto, a conta final seria de 61,70 euros mais 12,50 euros, um total de 74,20 euros.
Conclusão
Tendo tudo isto em conta, a minha viagem “Bi-Fuel” representou uma poupança de 48,10 euros, cerca de 37%, relativamente a uma hipotética viagem feita sempre com recurso a gasolina. Se tivesse optado por usar sempre GPL Auto, a poupança seria ainda maior, mais 9,10 euros no bolso. Assim sendo, sim, o GPL compensa. Para uns, mais, para outros, menos, mas nestes mais de 1000 quilómetros a bordo do Mitsubishi ASX, compensou e bem.