Ensaio Sprint: Opel Astra Electric
Nome histórico no segmento dos compactos familiares, o Astra continua a ser um dos pilares da gama da Opel. É verdade que os crossovers e SUV predominam na oferta da marca alemã, mas o Astra tem, como já tive oportunidade de comprovar em testes anteriores, muitos argumentos. Um deles é, sem dúvida, a abrangente gama de motorizações, a qual inclui opções Diesel, a gasolina, híbridas – plug-in e sem necessidade de carregamento externo – bem como uma inédita versão 100% elétrica, aqui em ensaio.


O primeiro ponto positivo, pelo menos para mim, é que o Astra Electric mal se distingue das restantes versões, prescindindo de excessivos elementos estéticos que rapidamente o confirmem como o Astra sem emissões locais da gama. Visualmente, é, em quase tudo, um Astra como os outros. Isso é bom. No interior aprecio igualmente que a digitalização não domine a experiência. Está lá, e bem, mas o Astra não prescinde de botões físicos para algumas das funcionalidades. A apresentação é cuidada – volante muito bonito, por exemplo – e os materiais menos nobres só surgem abaixo da linha média do tablier e na zona traseira do habitáculo. Porém, embora os materiais dos forros das portas sejam diferentes à frente e atrás – algo perfeitamente aceitável e comum – fez-me alguma confusão que o padrão do plástico não seja exatamente igual.



O espaço no banco traseiro não deslumbra, mas é mais do que adequado para o segmento e para as dimensões exteriores do Astra. A bagageira tem 352 litros, menos 70 litros do que um Astra a gasolina, por exemplo. A unidade conduzida não dispunha também de fundo amovível, mas o rebatimento do banco quase permite criar um plano de carga sem degraus. Debaixo do fundo há ainda um espaço de arrumação, mas infelizmente não cabem ali os cabos de carregamento. Quanto a equipamento, e tratando-se da versão GS, topo de gama, com pack Ultimate, não lhe faltam elementos como o teto panorâmico, os bancos dianteiros aquecidos – tal como o volante e o para-brisas – jantes de 18 polegadas e estofos parcialmente em Alcantara.



Uma vez que recorre a uma bateria de “apenas” 54 kWh, o Astra Electric não é excessivamente pesado. Talvez por isso seja tão fácil registar médias baixas, com o computador de bordo a manter-se na casa dos 14 kWh/100 km, por vezes até abaixo. O motor de 156 cavalos e 270 Nm também está mais do que à altura da performance que se espera de um compacto elétrico para ser usado todos os dias e em todas as ocasiões. O peso mais contido – 1760 kg – permitiu igualmente à Opel prescindir de uma suspensão muito firme, o que se agradece para superar as lombas e buracos que enfrentamos todos os dias, porém mantendo um comportamento dinâmico muito convincente, em parte já conhecido de contatos prévios com outras motorizações.


O Astra Electric está disponível a partir de 40.970 euros, mas a versão topo de gama já custa 44.470 euros. Este Azul Kobalt com Pack Ultimate do parque de imprensa da Opel Portugal já se atira para a casa dos 50.000 euros. Argumentos tem, sem dúvida, mas é melhor olhar “para baixo” na gama do Astra Electric, onde a eficiência, o mais importante de todos numa proposta como esta, está igualmente presente. Eu iria por aí.