Ensaio Sprint: Volvo EC40 Black Edition
Agosto de 2022. Já se passaram quase dois anos e meio desde que me estreei ao volante do crossover elétrico da Volvo, o C40 Recharge, aquele que foi, na verdade, o primeiro modelo da marca sueca alimentado exclusivamente a bateria. E muito mudou no setor no tempo que passou. A eletrificação é cada vez mais uma realidade, ainda que não absoluta e o C40 Recharge foi também ele rebatizado, designando-se agora por EC40 e, neste caso, fazendo-se acompanhar do “apelido” Black Edition que identifica esta impactante versão especial.


E como o nome indica, o preto domina por completo o visual do EC40. A carroçaria em preto ónix é complementada, por exemplo, pelas jantes escuras de 20 polegadas, e no exterior destacam-se ainda elementos como os símbolos e lettering igualmente em negro. Dito desta forma, até parece que a Volvo terá ido longe demais na aplicação da ideia ao seu EC40, mas a verdade é que, ao vivo, o Black Edition causa imenso impacto, com o visual sereno, mas confiante, a combinar-se muito bem com o dinamismo da sua silhueta do tipo coupé.


A abordagem Black Edition estende-se, como esperado, ao habitáculo, onde o tom escuro é transversal a praticamente todos os seus elementos. As impressões a bordo, ainda que sem as sensações mais “quentes” de outras configurações habitualmente presentes nos modelos da marca sueca, são muito boas. Uma combinação de materiais agradáveis ao toque e à vista com acabamentos de elevada qualidade fazem do habitáculo do EC40 um ótimo sítio para se estar. Os bancos dianteiros continuam a destacar-se pela sua ergonomia e conforto, mas atrás o EC40 continua a pecar pelo pouco suporte oferecido pelo assento. O espaço disponível é mais do que adequado e o enorme tejadilho em vidro é, sem dúvida, uma mais-valia em termos de conforto.


Fechei o ensaio ao C40 Recharge Twin com esta frase: “para o fim a que se destina, este C40 é desnecessariamente potente”. Confirmei, agora, que tinha razão. Equipado com apenas um motor elétrico de 252 cavalos/420 Nm no eixo traseiro, estes números são mais do que suficientes para uma utilização familiar, no dia a dia, com desenvoltura bem convincente se for necessário carregar no acelerador. Uma velocidade máxima de 180 km/h e, principalmente, uma aceleração de 0 a 100 km/h em pouco mais de 7 segundos confirmam o meu ponto de vista. Em termos de bateria, o EC40 está equipado com um acumulador de 82 kWh de capacidade – 77 kWh úteis – e, segundo a Volvo, a sua autonomia ronda os 570 quilómetros. Considerando a média de 17 kWh/100 km deste ensaio, apontaria para uma autonomia real a rondar os 480 quilómetros.


O EC40, Black Edition ou não, é um crossover elétrico com inúmeros argumentos. Deixando de fora toda a subjetividade inerente à avaliação da estética – eu gosto muito, admito – tenho de destacar a qualidade geral do habitáculo, o elevado conforto de rolamento e até, por que não, a sua versatilidade, considerando que é um SUV coupé, uma vez que a bagageira de 404 litros é ainda complementada por um útil espaço para arrumar cabos, por um piso dobrável que permite compartimentar o espaço, bem como por uma “frunk” de 31 litros. Menos boa, ainda que se aceite, é a visibilidade traseira limitada, o desenho pouco ergonómico do banco de trás, o sistema de infotainment algo desatualizado perante outras soluções disponíveis no mercado e um consumo de energia que, não chocando, podia ser ligeiramente melhor. O Volvo EC40 Black Edition está disponível a partir de 59.298 euros.