Ensaio Sprint: Hyundai Santa Fe 1.6 TGDi PHEV
Tenho por hábito evitar falar do design dos automóveis que ensaio porque o que “funciona” para mim, pode não “funcionar” para outro. É uma avaliação muito subjetiva. Há exceções, claro, mas não está certo, nem errado. É uma escolha estilística da marca. Limito-me, por isso, a fazer apenas um breve comentário que, no caso desta mais recente geração do Santa Fe, merece um elogio pela originalidade. O mercado está cheio de SUV – para mim, são demasiados – mas o maior da gama da Hyundai tem, reconheço, um estilo muito singular.


Por dentro, o habitáculo da quinta geração do Santa Fe rapidamente revela as suas preocupações familiares, transmitindo uma imediata sensação de conforto. Apreciei, no geral, a qualidade dos materiais empregues, bem como dos acabamentos. O pilar C, por exemplo, conta com forro macio, uma opção pouco vista neste tipo de modelo. A ampla digitalização é felizmente complementada por muitos controlos adicionais. A climatização, por exemplo, conta com vários comandos táteis, mas dispõe de uma consola dedicada e o infotainment é suportado por uns muito úteis botões de atalho. Não faltam, igualmente, soluções de carregamento e muitos espaços de arrumação.



As portas traseiras são muito grandes e o muito espaço oferecido na segunda fila pode variar de acordo com a regulação longitudinal do assento. Esta, em combinação com o rebatimento do encosto, cria o espaço essencial para se aceder à última fila de bancos. Exige-se, como é hábito, alguma ginástica, mas depois de instalado, reconhecem-se as vantagens do formato muito angular da carroçaria, proporcionando espaço adequado para a cabeça dos passageiros da terceira fila. Consegui, com os meus 1,8 metros de altura, manter uma folga de 5 cm para os joelhos, ajustando a segunda fila para uma folga equivalente. Assim, nota positiva para a habitabilidade global do Santa Fe, o qual dispõe, também, de climatização, tomadas USB, altifalantes e suportes para copos para os dois passageiros que viajem lá mais atrás.



A condução do Santa Fe está plenamente orientada para o conforto. A suspensão conta com uma afinação branda do amortecimento, algo que se nota quando se aumenta o ritmo, com a carroçaria a oscilar consideravelmente, no entanto, sempre dentro dos limites aceitáveis. Apesar dos 253 cavalos de potência combinada e do modo Sport estar disponível, o Santa Fe não tem um gosto especial por ser conduzido depressa. É bastante mais agradável de conduzir de forma tranquila, explorando a sua autonomia elétrica que, neste ensaio, foi de 52 quilómetros. É possível controlar a intensidade da regeneração nas patilhas no volante e, depois de esgotada a bateria, recorri ao modo Eco para medir um consumo em propulsão híbrida, tendo conseguido uma média final ligeiramente acima dos 7 l/100 km.


A estética poderá não ser para todos, mas o conforto do interior, sem dúvida, é. Inclusivamente para quem viajar na última fila. O acesso não é brilhante, admito, mas há espaço suficiente para dois adultos e estão disponíveis vários itens de conforto. A lista de equipamento a bordo é extensa e a capacidade da bagageira de 627 litros em configuração de cinco lugares é, também, muito apelativa. O funcionamento do sistema híbrido agradou e o facto de contar com tração integral é um argumento de peso para enfrentar percursos mais aventureiros ou climas mais rigorosos. E a verdade é que, no mercado atual, e para além de todos os argumentos que destaquei, modelos SUV com lotação para sete passageiros e com propulsão híbrida plug-in não abundam.