O Stonic mudou e não foi pouco. Fui conhecer a nova geração do KIA que mais se vende
Originalmente lançado em 2017, o Stonic é o modelo de maior volume da KIA no nosso país, posicionando-se num segmento que, no nosso mercado, representa cerca de 45% das vendas ou aproximadamente um potencial de 48.000 unidades comercializadas todos os anos. Não é por isso de estranhar a grande expectativa colocada sobre esta muito abrangente atualização do crossover que, em oito anos, acumulou cerca de 13.500 unidades vendidas e que é, atualmente, o responsável por 30% das vendas da KIA em Portugal.


Muda quase tudo
Exteriormente, mudou quase tudo. Segundo a KIA, só as quatro portas se mantêm relativamente à geração anterior, tudo o resto é novo. Graças ao novo design dos para-choques, o Stonic está agora ligeiramente mais comprido, cerca de 25 milímetros, crescendo para um total de 4.165 mm. Porém, a mudança mais notória é a adoção da nova linguagem de estilo Opposites United, aproximando-o dos mais recentes modelos da gama, em particular da família 100% elétrica “EV”, algo que se destaca, desde logo, pelo desenho dos faróis e farolins.
Um motor, caixa manual ou automática
Debaixo do capot não está, no entanto, uma motorização eletrificada. O Stonic aposta exclusivamente no motor 1.0 T-GDI de 100 cavalos, o qual pode estar associado a uma caixa manual de 6 velocidades ou a uma transmissão automática de dupla embraiagem com 7 relações. Já no habitáculo, as mudanças são também profundas, saltando logo à vista no novo tablier os amplos ecrãs digitais, com 11,1” no painel de instrumentos e 12,3” no display tátil do sistema de infotainment. O volante e o punho da caixa de velocidades são também novos. Em termos de assistentes à condução, a KIA destaca os seguintes sistemas: Driver Attention Warning, Forward Collision-Avoidance Assist, Lane Following Assist, Lane Keep Assist e Intelligent Speed Limit Assist.


Gama Stonic desde 23.990 euros
A gama é composta por dois níveis de equipamento, Drive e Tech. O nível de entrada Drive inclui desde logo elementos como conectividade Apple Car Play e Android Auto, jantes de liga leve de 16”, câmara traseira, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensor de luz, cruise control, portas de carregamento USB-C, luzes diurnas e de presença traseiras em LED e barras de tejadilho. Já a especificação de topo Tech adiciona jantes de liga leve de 17”, iluminação full-LED, vidros traseiros escurecidos, banco do passageiro com ajuste em altura, espelhos retrovisores com rebatimento elétrico, ar condicionado automático, sensores de chuva e iluminação com máximos automáticos.

Primeiras impressões
Visualmente, a evolução é inquestionável. Goste-se ou não do resultado final, o esforço aplicado pela KIA na renovação do Stonic deve ser aplaudido, tendo conseguido integrar, com muito sucesso, do ponto de vista estético, um modelo com 8 anos de mercado na sua mais recente gama. Neste primeiro contato com o novo Stonic, já tive oportunidade de o conduzir, deixando a cidade para trás e apontando-o a um percurso maioritariamente realizado em autoestrada. Apreciei a facilidade de condução, os comandos leves e, acima de tudo, um acerto de suspensão adequado aos maus-tratos das vias urbanas, com um bom nível de conforto para o dia a dia. Já em estrada aberta, os 100 cavalos estão mais do que à altura das exigências dos ambientes onde o ritmo é mais elevado. Neste primeiro teste, no âmbito da sua apresentação nacional, o consumo do novo Stonic foi de 6,4 l/100 km. Em breve, um teste mais prolongado.


Uma proposta muito relevante para o cliente particular
Num mercado cada vez mais eletrificado, algo que é bom, mas que não é, ainda, uma solução que a todos serve, e, também muitas vezes, exagerado em termos de dimensões de carroçaria, um automóvel como o Stonic, um segmento B com cerca de 4 metros de comprimento, equipado com um motor a gasolina, com boa dotação de equipamento, espaço interior adequado, garantia de 7 anos ou 150 mil quilómetros e com um preço que não assusta, é, pelo menos para mim, uma verdadeira lufada de ar fresco num mercado onde a fiscalidade adora penalizar a mobilidade individual. Um bom automóvel a que, pelo menos alguns portugueses, podem ambicionar comprar.






