Ensaio Sprint: Ford Puma ST-Line X Gold 1.0 EcoBoost mHEV 155
A cor deste Ford Puma pode até não ser a melhor para destacar as faixas desportivas que percorrem a carroçaria – em cinzento o destaque é claramente mais feliz – mas não consigo não aprovar a combinação do ameaçador preto com o dourado das jantes. Seja de que ângulo for, este Puma Gold agrada-me. Aliás, agrada-me tanto que demorei bem mais tempo do que é costume a fotografá-lo. Chamem-me piroso, acusem-me de ter uma antecipada crise de meia-idade, mas é o que é. Gosto dos autocolantes e gosto de jantes douradas.




O motor 1.0 EcoBoost de 155 cavalos assenta-lhe que nem uma luva, dando-lhe uma performance mais do que à altura do seu visual desportivo, bem como ajustada às muitas e já comprovadas capacidades dinâmicas do chassis. O Puma é um caso sério de eficácia e de divertimento ao volante. Porém, a presença da tecnologia mild hybrid fez-se notar mais no incremento de performance, com disponibilidade extra nos baixos regimes, do que na vertente da eficiência, com as médias de consumo a manterem-se quase sempre acima dos 6 l/100 km. Também a caixa automática parece preferir os ritmos calmos aos mais acelerados, mas, no geral, mostrou estar à altura. Modos de condução são cinco: Normal, Eco, Desporto, Escorregadio e Trilho. Talvez demasiados, diria.




A posição de condução, embora elevada – como é habitual encontrar num crossover urbano – permite não só uma óptima ligação com o Puma, convidando a explorar a boa dinâmica acima referida, como proporciona, também, a justificadamente tão apreciada boa visibilidade para a frente. Os bancos desportivos contam com costura em tom dourado, decoração que se estende ao volante e foles na consola. Relativamente a materiais, estes são maioritariamente rijos, mas o topo do tablier compensa com uma maior suavidade ao toque e as portas contam com uma zona forrada a napa perfurada.
Recheio digno de cliente Gold
Equipamento é coisa que não falta a esta unidade. Bancos, volante e pára-brisas aquecidos, sistema de som B&O e estacionamento pilotado são apenas alguns exemplos. Ainda no habitáculo, é importante referir que o Puma está longe de ser uma referência ao nível do espaço no banco traseiro. O espaço lá atrás não abunda, mas chega bem para dois adultos. Uma análise em que o Puma se destaca é na versatilidade, com um compartimento adicional lavável no fundo da bagageira que não só oferece mais espaço como permite arrumar uma roda suplente, esse “luxo” tantas vezes esquecido.




O Puma é um óptimo automóvel em formato crossover. Mas mais do que isso, é um óptimo crossover para ser conduzido, mais do que apenas para servir como meio de transporte no dia-a-dia. Como já referi no passado, não precisa de 155 cavalos para divertir – a versão de 125 cavalos é mais do que suficiente – mas estando disponíveis, é uma potência que permite explorar ainda melhor todas as capacidades do chassis. A versão Gold adiciona alguma exclusividade e um visual ainda mais desportivo a um dos automóveis mais divertidos de conduzir do momento. Tudo “certo”, menos o preço final de cerca de 37 mil euros desta unidade. É, sem dúvida alguma, a parte menos divertida desta experiência Puma Gold.