Ensaio Sprint: BYD Seal U
Conhecemos o BYD Seal U na apresentação nacional e recordo-me que as primeiras impressões foram boas. Recordo, mais ainda, que foi uma apresentação divertida, com muitos colegas conhecidos e num ambiente de muita camaradagem e alegria.
Isto joga a favor do modelo, claro. Regra geral, quando a apresentação é divertida, o modelo apresentado goza de um favorecimento generalizado. As falhas não são assim tão más e os pontos a favor ficam mais óbvios. Mas isso não significa que não sejamos profissionais. O que me leva a este ensaio.
É um ensaio sprint, é certo, mas o tempo que estive com o BYD Seal U deu para perceber quase tudo. Comecemos por alguns pontos negativos, que não são muitos. Não compraria este Seal U por uma razão: a posição de condução não é para mim. Não digo que seja má, porque isso é relativo. Mas eu não aprecio volantes muito inclinados para a frente e que favorecem uma posição de condução alta. Mas sei que há muita gente que adora! Já tive amigos a dizer que adoram “estar lá em cima a ver tudo”. Se és team alturas, vais gostar.



Depois, a estética interior geral. Sempre fui muito minimalista e prefiro carros que tenham poucos elementos de design, riscos e risquinhos, reentrâncias e saliências. O interior do BYD Seal U causa-me um pouco de aflição, especialmente nas portas e ventilação. Uma outra coisa que reparei foi o pouquíssimo espaço que há para a perna direita do condutor, pois não dá para levantar o joelho sem bater no volante e na consola central. Devia ser mais esguia. A consola, não a perna. Quer dizer, a minha perna também, talvez. Tirando esta questão, é um carro espaçoso. No exterior, o caso muda radicalmente de figura. A estética apela-me muito mais. Esguio, dinâmico, com uma orientação mais futurista e sem excesso de riscos. Ainda assim, creio que o irmão BYD Sealion 7 impressiona muito mais. Está para breve o ensaio.
Ao nível do conforto, não me posso queixar. Rola super bem, macio, sem excesso de ruídos e trepidação, mas sinto que rola demasiado nas curvas, quase como aquelas “banheiras” mais antigas. Talvez seja o resultado das decisões tomadas para o conforto, como uma suspensão mais folgada e uma direcção muito leve. Gostaria de o sentir mais plantado em curva e a manter o conforto de rolamento. Falando da direcção, algumas pessoas vão adorar, porque conseguimos virar o carro praticamente com um dedo e, embora se possa regular um pouco essa leveza, eu prefiro uma direcção mais ligada ao solo. A bagageira tem uma capacidade de 552 litros.




Ao nível do motor e baterias, começo pelo consumo. Não fiz muitos quilómetros, mas consegui um valor de consumo de 14,3 kWh/100 km em cidade, o que é muito bom para um SUV que pesa 2147 kg e sem preocupações na condução. O motor é de 160 kW, permite andamentos normais e o binário de 330 Nm permite acelerações e recuperações rápidas q.b. A bateria de 87 kWh nesta versão Design (a versão Comfort traz uma de 72) permite 500 km de autonomia anunciada ou de mais de 600 em cidade o que, a avaliar por este consumo, é bem capaz de lá chegar. Neste aspecto, o BYD Seal U está de parabéns. Quanto ao equipamento, a versão Design adiciona à versão Comfort um sistema de som Audio Infinity de 10 colunas, ecrã central rotativo (que, se usarmos óculos de sol polarizados, fica todo preto na posição vertical), head up display, sistema de reconhecimento de voz e duplo carregador de smartphone.
O custo deste BYD Seal U Design é de cerca de 47 mil euros. A versão Comfort custa cerca de 44.500 euros e têm 6 anos de garantia ou 150 mil quilómetros.